segunda-feira, 12 de março de 2018

Análise feita, ciclo adiado

Hoje fui fazer análise sanguínea para o kir. Noutros tempos teria ido logo o correr fazer o exame, tipo logo no dia a seguir a ter falado com a Dra. C. Desta vez esperei por um dia que me fosse favorável e não me prejudicasse no traballho. No máximo daqui a 10 dias sai o veredicto, pode ser menos dias. De qualquer das formas ficava muito apertado fazer a TEC este ciclo. Até porque a preparação para a TEC pode ser diferente conforme o resultado do exame. Amanhã começo uma nova caixa de pílula, pelo menos até ao resultado da análise. Ufa... que alívio! Tempos iam em que tinha ânsia de fazer tratamentos. Nos dias de hoje só quero estar assim quieta no meu canto a fazer de conta que nada se passa. (Como se isso fosse algum dia possível?)

O meu feeling? É que vai estar "tudo bem". E vamos continuar na mesma. Por um lado preferia que não estivesse. Para além de me dar uma resposta para o insucesso, dar-e-ia alguma paz. Os tempos que se seguem não serão nada fáceis aqui para os meus lados. A motivação para fazer as transferências é cada vez menor. Já não tenho a mínima esperança. É andar por andar. É um sentido qualquer de masoquismo que me leva a continuar a "chover no molhado". 

O universo já me deu indícios que a maternidade não é para mim. Eu é que não estava a querer vê-los. Tenho pensado muito nisso... tentado visualizar a minha vida sem filhos. E não tenho desgostado do que visualizo. Obviamente que não era o que idealizei para mim. Quer dizer... confesso que em determino período da minha vida, foi exatamente isso que idealizei para mim. Quando se descobriu a mutação na minha família, tinha eu 12 ou 13 anos, jurei que se a tivesse jamais me iria apaixonar e iria viver a vida despreendida, ao sabor do vento. Mas depois conheci o meu marido... o amor da minha vida. Que quis ficar comigo... e eu comecei a pensar nas alternativas para a vida despreendida. Foi aí que se começou a fazer o Diagnostico Genético Pré-implantação.  E aí eu comecei a pensar que afinal havia alternativa... podia sonhar em dar um filho ao amor da minha vida. Mas afinal nem para todos corre bem. Hoje até há tratamentos menos conservadores como a doação de gâmetas, mas ainda assim não é para todos que corre bem. 

Eu sei que ficarei bem. Apenas tenho que fechar todas as portas abertas até agora. E depois fecha-las com a chave definitiva e não pensar mais nisso. Viver com a mágoa e nada mais. Só me falta arranjar a coragem para continuar a fecha-las e depois para atirar a chave fora. 


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