segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Para onde voaria?

Pros seus braços, não há outro lugar que eu poderia querer estar.

Certamente que voaria para bem longe de mim nestes dias em que o desapontamento de andar "nesta vida da infertilidade" se torna muito difícil de lidar. 

São tratamentos sem transferência, são tratamentos em que a menstruação vem em dias que nem é suposto. São quistos funcionais que insistem em estagnar a vida. São spottings durante o ciclo que me desesperam totalmente. São abortos... a derradeira desilusão disto tudo.Começa a ser demais... Parar para refletir e ver tudo o que já vivemos começa a ser doloroso. E pensar que o nosso único problema era evitar passar uma mutação genética para os meus descendentes! Não temos (ou tínhamos que agora já nem sei bem) nenhum problema reprodutivo. 

Agora não é como no inicio onde a ignorância e a esperança nos moviam. Agora, move-nos nem sei bem o quê. Talvez sejam os 5 embriões que nos restam. Sei que não sou a mesma que era antes do aborto. E não posso dizer que tenha mudado para melhor. 

Entretanto acho que o meu quisto só pode ter continuado a crescer dado a "impressão" que sinto no meu ovário esquerdo. Não sei como pode ter regredido e continuar a massacrar-me a sua presença (talvez até mais). Também posso ter ganho outro, o que seria pouco provável dado estar a tomar a pílula. Só sei que a minha esperança em fazer uma TEC quando voltar de férias já não é muita. E já estou cansada de esperar... de desilusões... de tudo isto. 

A grande luta que tenho travado comigo mesma é a de tentar manter-me confiante que vou conseguir dar um filho ao meu marido. Todos os dias digo alto em frente ao espelho que vai correr bem. Mas depois reflicto no passado que descrevi acima e fica difícil. Está praticamente decidido que iremos transferir 2 embriões numa próxima TEC. Seja ela quando for. Por muito que a Dra. C. seja da opinião de transferir apenas 1, não sei se quero (se consigo!!) passar por mais 5 transferências mal sucedidas. 

4 comentários:

  1. Sofro por ti ao ler estas tuas palavras sobre este caminho terrível que já tiveste que fazer. Tanto sofrimento. Que injustiça. Um grande beijinho e toda a sorte

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  2. A infertilidade ou as tentativas constantes para tentar ter um filho com ajuda médica e depois sofrer um aborto é um peso que ninguém deveria ter que carregar porque é algo que nos pesa imenso na alma. Só quem passou e passa por isso é que consegue compreender a tristeza e a frustração que nos causa.
    Também tenho ideia em que me apetece desistir de tudo e esquecer-me que alguma vez quis ter filhos.
    Mas como tudo na vida, temos os nossos altos e baixos. Nestes casos, temos que viver um dia de cada vez, com a tranquilidade e optimismo possíveis.
    Quanto ao número de embriões a transferir, acho que devem seguir o vosso instinto e aquilo que vos deixa mais confortáveis.
    Virão dias melhores.
    Um beijinho e muita força*

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  3. Como te compreendo querida! Acho que todas sentimos o mesmo e temos dias maus e dias menos maus... não há muitos dias bons nesta vida da infertilidade!
    Também me passa muitas vezes pela cabeça transferir 2, por muito que recomendem só um! No final das contas, aumenta a probabilidade de implantação, por isso acho que fazes bem! Segue o teu coração!
    Quando vais de férias? Aproveita muito e tenta relaxar (bem sei que não é fácil) e gozar ao máximo o Dubai!

    Beijinho grande *

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    1. Só vou na segunda semana de novembro :) Mas agora está quase!!

      (Vou ter umas férias fantásticas e não consigo deixar de me preocupar com o dia seguinte, o dia 13/11 em que vou voltar à IVI para saber se está tudo bem... a nossa cabeça não nos deixa esquecer isto!)

      Beijinho

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